São muitas as festas e festejos que decorrem atualmente, muitas até com o apoio da igreja, mas cuja sua origem é na realidade pagã.
Um desses exemplos, é a festa dos tabuleiros de Tomar, intimamente ligada às celebrações das colheitas nos tempos ancestrais e que foi "adoptada" pela igreja. A deusa venerada nos festivais pagãos era a deusa romana Ceres, denominada de Deméter pelos Gregos, que simbolizava a Terra e a fecundidade e desta forma as colheitas daquilo que a terra dava.
Curiosamente, o dia de veneração à Deusa Ceres coincide com o dia do festival Wiccano Sabbat Lammas, realizado a 1 de Agosto, festival esse que celebra também as colheitas.
Aqui o excerto de uma notícia da RTP onde é explicada a origem deste cortejo.
"Os atuais festejos, que fazem de Tomar a sua cidade berço, remontam às arcaicas 'festas do imperador', e foram instituídos pelo Rei D. Dinis e pela Rainha Santa Isabel, no quadro do culto do Espírito Santo.
Mas as suas origens serão pagãs. Segundo alguns investigadores, a sua origem encontra-se nas festas de colheitas à deusa Ceres. Uma prática ancestral de entrega das primícias das colheitas à deusa Ceres e de celebração da fertilidade da terra.
Nos dias de hoje, centenas de pessoas continuam a recriar esses tempos, mantendo viva uma tradição que o tempo não esqueceu e que as gentes nabantinas querem perdurar."
"Esta tradição é uma das manifestações culturais e religiosas mais antigas de Portugal.
A conversão desta festa para o cristianismo presume-se ter sido feita pela Rainha Santa Isabel, durante o século XIV, que lançou as bases do que seria a Congregação do Espírito Santo. Um movimento de solidariedade cristã que, em muitos lugares do reino, absorveu as primitivas festas pagãs.
O ponto alto destas festividades juntava ricos e pobres sem qualquer distinção e ocorria no “domingo de Pentecostes”, dia em que as línguas de fogo desceram sobre os Apóstolos.
"Os "Tabuleiros" seriam as dádivas dos mais ricos, com oferendas de pão e cereais, para posterior repasto dos mais pobres, num gesto de partilha fraterna e símbolo da distribuição dos dons do Espírito Santo e da abundância de Deus."
Poderá consultar a noticia na íntegra aqui.